Exposição crônica ao estresse estaria associada a maior risco de minorias sexuais e de gênero praticarem uso nocivo do álcool.
Estudos apontam que o consumo excessivo de álcool está diretamente relacionado a arritmias cardíacas como a fibrilação atrial (FA).1 Entenda como isso afeta pessoas jovens e saudáveis e quais são os desafios no tratamento.
Seu consumo de bebidas alcoólicas mudou durante a quarentena?
Acesse: https://bit.ly/
É rapinho: cerca de 3 minutos! Queremos entender se houve mudanças no uso de álcool nesse período e sua participação é muito importante. Nossa pesquisa é anônima, confidencial e não-científica. Participe e compartilhe!
Em junho, o CISA lançou a nova edição da série "Álcool e a Saúde dos Brasileiros - Panorama 2022", que traz dados atualizados sobre o consumo de álcool no Brasil e no mundo.
O consumo nocivo de álcool pode aumentar as chances de suicídio. Leia mais e saiba o porquê.
Campanha iniciada no Reino Unido, Dry January, que incentiva um mês sem álcool, pode motivar a adoção de hábitos mais saudáveis
O transtorno por uso de álcool (TUA), popularmente conhecido como alcoolismo, é uma das condições de saúde mental mais prevalentes globalmente. No entanto, sua real dimensão é difícil de prever, já que muitos casos permanecem sem diagnóstico1 devido à dificuldade de acesso a serviços de saúde especializados em diversos países.
Consumo Global de Álcool e Impactos na Saúde
O transtorno por uso de álcool (TUA) é caracterizado por um padrão problemático de consumo de álcool, que leva a sofrimento ou prejuízo significativo em diversas áreas da vida, como trabalho, relacionamentos e saúde física. Em 2019, estimou-se que cerca de 400 milhões de pessoas com 15 anos ou mais viviam com transtornos por uso de álcool, sendo 209 milhões (52,3%) diagnosticados com dependência.2 Globalmente, a prevalência de TUA foi de 5,1%, com uma diferença marcante entre os gêneros: 8,6% dos homens e 1,7% das mulheres foram afetados em 2016.2
A prevalência de TUA tende a ser maior em países de alta renda (8,4%) e renda média-alta (5,4%), sugerindo a influência de fatores socioeconômicos no padrão de consumo e na disponibilidade de álcool. Em contrapartida, países de baixa renda geralmente apresentam taxas mais baixas de prevalência, mas podem sofrer com menor acesso ao tratamento e maior prevalência de mortes por abuso de álcool.
A Situação no Brasil
O transtorno por uso de álcool (TUA) também afeta uma parcela significativa da população brasileira. De acordo com dados do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), Global Burden of Disease (2024), apresentados na plataforma Our World in Data3, aproximadamente 3,3% da população brasileira apresentava um transtorno por uso de álcool nos anos 2010. Contudo, esse índice teve uma leve redução nas últimas décadas, situando-se em cerca de 2.9% em 2021. Essa redução pode refletir mudanças no acesso a informações, políticas públicas e padrões de consumo, embora a prevalência ainda seja alta quando comparada a outros transtornos de saúde mental.
Assim como a prevalência do TUA, as mortes atribuíveis ao álcool no Brasil também apresentaram uma tendência de redução ao longo da última década. De acordo com a publicação do CISA, Álcool e Saúde dos Brasileiros - Panorama 2024, a taxa de mortes atribuíveis ao álcool caiu de 36,7 para 30,4 por 100 mil habitantes entre 2010 e 2019. No entanto, essa tendência foi interrompida pela pandemia de COVID-19, com um aumento significativo a partir de 2020, alcançando 32,5 por 100 mil habitantes em 2022. Esses dados reforçam a importância de políticas públicas sustentáveis e contínuas para lidar com os impactos do álcool na saúde da população.
Enfrentando o Problema: Desafios e Oportunidades
Apesar da existência de tratamentos eficazes, como terapias cognitivo-comportamentais e medicamentos, o acesso a essas intervenções permanece limitado. No Brasil e em outros países, o enfrentamento do transtorno por uso de álcool requer:
O transtorno por uso de álcool é um problema de saúde pública com profundas implicações para indivíduos, famílias e sociedades. Compreender a sua prevalência e os fatores associados é essencial para o desenvolvimento de políticas eficazes de prevenção e tratamento. Ao enfrentar o estigma, melhorar a triagem e ampliar o acesso aos cuidados, é possível reduzir significativamente o impacto do TUA na saúde global.
Lembrando que quem sofre com o problema pode procurar ajuda gratuita em qualquer Unidade Básica de Saúde (posto de saúde) vinculado ao SUS ou em alguma unidade dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD).
Estudo mostrou que pessoas que consumiam bebidas alcoólicas de forma leve e moderada apresentaram risco reduzido de desenvolver doenças cardíacas causadas pelo estresse
O consumo de álcool entre mulheres tem aumentado significativamente nos últimos anos, tornando essencial entender como ele interage com o uso de anticoncepcionais orais.
Impacto do Álcool na Eficácia dos Anticoncepcionais Orais
Embora não existam estudos conclusivos de que o álcool reduza diretamente a eficácia dos anticoncepcionais orais, seu consumo excessivo pode comprometer sua efetividade de maneira indireta. A principal razão para isso ocorrer é que o álcool pode fazer a pessoa esquecer de tomar a pílula no horário correto.
Outro fator relevante é o impacto do álcool em casos de vômito.1 Se uma pessoa ingerir grandes quantidades de álcool e vomitar dentro de duas horas após tomar a pílula anticoncepcional, a absorção do medicamento pelo organismo pode ser comprometida, reduzindo sua eficácia.
Além disso, o consumo excessivo de álcool, incluindo episódios de binge drinking (bebedeira intensa), está associado a um maior risco de complicações médicas, como a formação de coágulos sanguíneos nos pulmões ou nas pernas.2 Algumas mulheres já apresentam um risco aumentado de desenvolver coágulos devido ao uso de anticoncepcionais hormonais, e o consumo elevado de álcool pode potencializar esse risco.2,3
Importância da Escolha Contraceptiva e Orientação Médica
Embora o álcool não pareça comprometer diretamente a eficácia dos contraceptivos orais, seu consumo excessivo pode influenciar a adesão ao método e trazer riscos adicionais à saúde. Além da pílula, existem outros métodos contraceptivos que podem ser mais adequados para algumas mulheres, como o DIU hormonal, implantes e injeções contraceptivas, que não exigem administração diária e podem ser menos suscetíveis a falhas decorrentes do uso inconsistente.
Por isso, é essencial que cada mulher busque orientação médica para escolher o método contraceptivo mais adequado ao seu estilo de vida e histórico de saúde. Conversar com um profissional pode ajudar a esclarecer dúvidas sobre os possíveis impactos do álcool e garantir uma escolha contraceptiva segura e eficaz.