A OMS reconhece o suicídio como um problema de saúde pública. Em outras ocasiões, o CISA já abordou as recomendações da OMS para a prevenção do suicídio. Entender a relação entre consumo de álcool e suicídio é importante para aprimorar as políticas de prevenção. Já está bem estabelecido que a correlação existe, e um estudo de 2021 reitera que, ao redor do mundo, quanto maior a taxa de consumo de álcool per capita de um país, maiores são as taxas de suicídio1. A despeito disso, muitas questões culturais ainda precisam ser desvendadas.
Um estudo recente2, publicado em fevereiro de 2022, buscou fazer uma revisão das pesquisas que abordam a relação entre consumo abusivo de álcool e os prejuízos associados ao álcool (entre eles o suicídio) em comunidades remotas e rurais de 49 países ao redor do mundo (entre eles, Estados Unidos, Índia, Canadá e África do Sul). Uma conclusão interessante do estudo aponta que, de acordo com a maioria das pesquisas analisadas, existe maior associação entre morar em zonas rurais e remotas e engajamento em consumo abusivo de álcool e, consequentemente, maiores riscos de prejuízos associados ao uso de álcool. Além disso, os autores apontam que os riscos aumentaram de gravidade ao longo da série temporal analisada, de 1990 a 2019, sendo que suicídios atribuíveis ao uso de álcool – e mesmo o beber e dirigir – foram ficando mais prevalentes ao longo do tempo.
Neste sentido, um estudo de 2021 buscou analisar sistematicamente as pesquisas que buscam intervenções psicossociais para redução de comportamentos suicidas em pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool3. Os autores apontam que as intervenções mais promissoras seriam as abordagens pautadas na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), mas ressaltam a carência de mais estudos na área, e concluem que, até que tais estudos sejam publicados, não existem evidências científicas de que este tipo de intervenção seja eficaz em reduzir tentativas de suicídio em pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool.
Este cenário desafiador torna ainda mais imprescindível o acompanhamento destes indivíduos por uma equipe multiprofissional da área da saúde. Se você ou alguma pessoa conhecida está passando por algum destes problemas, procure acompanhamento! Em nossa página “Encontre Ajuda”, apresentamos um mapa da Rede de Atenção Psicossocial presente em todo o Brasil. Lá é possível encontrar a ajuda mais próxima! Se restarem dúvidas, entre em contato através de nosso “Fale Conosco”.