O Dia Mundial da Alimentação, criado em 1981 pela Organização das Nações Unidas (ONU), é comemorado anualmente no dia 16 de outubro. Seu objetivo é refletir sobre a importância da alimentação, além de fazer um apelo para garantir a segurança alimentar e nutricional em todo o mundo, o que envolve uma alimentação saudável, acessível e de qualidade1.
Metabolismo do álcool
Sabe-se que grande parte das bebidas alcoólicas são originadas da fermentação de carboidratos presentes principalmente na cana-de-açúcar, uva ou cevada2; consistem principalmente em água, etanol e açúcar, com quantidades mínimas de proteínas, vitaminas e minerais. As calorias presentes nessas bebidas vêm do açúcar e do próprio etanol, contendo cerca de 7 kcal/g2,3.
Após a ingestão de álcool, o etanol presente é rapidamente absorvido pelo nosso corpo. Essa absorção ocorre em menores quantidades no estômago e em maiores quantidades no intestino delgado4. Devido a essa rápida absorção, o álcool acaba inibindo outras vias metabólicas, incluindo a via lipídica, o que pode facilitar o acúmulo de gordura, principalmente na região do abdômen. Em seguida, o etanol chega na corrente sanguínea e uma pequena fração do que é ingerido (2 – 10%) é eliminada pela pele (suor), rins (urina) e pulmões (respiração). Grande parte do etanol é oxidada pelo fígado, que recebe entre 90 – 95% do etanol. No fígado, a enzima álcool desidrogenase (ADH) converte o etanol em acetaldeído, substância que pode ser mais prejudicial ao nosso organismo do que o próprio etanol, causando danos aos tecidos2,4.
Como o excesso de álcool pode interferir na absorção dos nutrientes?5
O uso crônico de álcool pode causar deficiências de diversos nutrientes, principalmente devido à sobrecarga hepática causada pelo abuso de álcool. As substâncias que se formam durante a conversão do álcool para sua eliminação resultam de uma intensa atividade dos hepatócitos (células do fígado). Essa ação prejudica a assimilação de nutrientes importantes para o nosso organismo.
O fígado é um órgão fundamental para o metabolismo de substâncias e nutrientes, e suas funções ficam comprometidas com a ingestão excessiva de álcool, especialmente na absorção e metabolização de vitaminas e proteínas. Estudos mostram que pacientes alcoolistas podem apresentar alterações no metabolismo de alguns aminoácidos, como a metionina, cisteína e a cistina (importantes para o ganho de massa muscular, saúde da pele etc.), além de baixos níveis séricos de folato (importante para a saúde cardiovascular e sistema nervoso). Além disso, pesquisas também apontam deficiência de vitamina D e B12 em alcoolistas. Outras deficiências nutricionais comuns em dependentes de álcool são a de vitamina A e K, que auxiliam no sistema imunológico, fortalecimento ósseo, coagulação sanguínea, entre outros.
O consumo de álcool pode impactar negativamente o estado nutricional de um indivíduo, contribuindo tanto com o ganho de peso (por ser calórico) quanto por desnutrição (pelo impacto na absorção de nutrientes). Essa relação consumo-efeito varia também conforme dosagem ingerida, sexo, faixa etária e outras condições preexistentes. Portanto, fique atento ao seu consumo de bebidas alcoólicas.
Cuide da sua saúde!