Conheça o SMART Recovery: programa de apoio à recuperação de dependências e comportamentos compulsivos. Uma alternativa de grupo de ajuda mútua, disponível on-line.
Pesquisa recente aponta que o aumento no consumo de álcool observado durante a pandemia de COVID-19 persistiu em 2022, destacando possíveis efeitos duradouros relacionados ao estresse e mudanças comportamentais.
A privação do sono na infância pode prejudicar o desenvolvimento neurológico do cérebro da criança.1
Onde buscar tratamento gratuito para problemas com álcool?
Durante o lançamento da sexta edição da publicação "Álcool e a Saúde dos Brasileiros - Panorama 2024", o Dr. Arthur Guerra falou sobre o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Assista ao vídeo para saber mais!
Uma pesquisa recente investigou a relação entre o consumo de polifenóis, presentes em alimentos e bebidas como o vinho, na dieta e o risco de síndrome metabólica em adultos brasileiros. Os achados indicam que uma maior ingestão de polifenóis está associada a menores chances de desenvolver síndrome metabólica, sugerindo que dietas ricas nessas substâncias podem ter um papel protetor contra fatores de risco cardiometabólicos.
Um estudo1 conduzido com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) analisou a associação entre a ingestão de polifenóis (presentes em alimentos como frutas, café, chocolate e vinho) e a incidência de síndrome metabólica, considerando fatores de risco cardiometabólicos. A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco, como obesidade abdominal, hipertensão, colesterol alterado e glicemia elevada, que aumentam a probabilidade de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outros problemas de saúde. O tratamento e a prevenção se baseiam em mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática de exercícios e controle do peso.
A pesquisa avaliou 6.387 participantes, com idade média de 49,8 anos, dos quais 65% eram mulheres. O consumo alimentar foi estimado por meio de um Questionário de Frequência Alimentar semiquantitativo, e a ingestão de polifenóis foi calculada com base no banco de dados Phenol-Explorer.
A síndrome metabólica foi definida segundo o critério do Joint Interim Statement, e as associações entre ingestão de polifenóis e fatores de risco cardiometabólicos foram avaliadas por regressão logística. Durante um acompanhamento mediano de 8,19 anos, 2.031 participantes desenvolveram síndrome metabólica. Os indivíduos nos tercis mais elevados de consumo total de polifenóis apresentaram menor risco de síndrome metabólica em comparação com aqueles no tercil mais baixo. Após ajuste para fatores sociodemográficos, estilo de vida e dieta, o risco foi 22% menor no segundo tercil e 23% menor no terceiro tercil de ingestão de polifenóis (T2 vs. T1: OR 0,78 [IC95%: 0,68-0,90]; T3 vs. T1: OR 0,77 [IC95%: 0,66-0,90]).
Além disso, foram observadas associações inversas entre o risco de síndrome metabólica e o consumo de ácidos fenólicos, lignanas, estilbenos e outros polifenóis. Embora a ingestão total de flavonoides não tenha apresentado associação significativa, subclasses como flavan-3-óis (monômeros e polímeros) demonstraram efeito protetor. O consumo total de polifenóis também foi inversamente associado ao índice cintura-quadril, pressão arterial sistólica e diastólica, HOMA-IR, triglicerídeos e proteína C reativa, enquanto apresentou associação positiva com colesterol total, LDL e HDL.
Os achados reforçam a importância de dietas ricas em polifenóis, como aquelas baseadas em frutas, vegetais e outros alimentos naturais, na redução do risco cardiometabólico. A adoção de hábitos alimentares que priorizem fontes de polifenóis pode contribuir para estratégias de prevenção da síndrome metabólica e promoção da saúde cardiovascular. Além disso, esses resultados podem subsidiar recomendações nutricionais e políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade alimentar da população brasileira.
Os achados sugerem que o consumo de polifenóis, incluindo aqueles presentes no vinho tinto, pode estar associado a um menor risco de síndrome metabólica e seus componentes. No entanto, o papel do vinho na saúde deve ser avaliado no contexto de uma alimentação equilibrada e dentro dos limites de consumo moderado de álcool.
O consumo de bebidas alcoólicas em voos é uma prática comum, especialmente em viagens longas. No entanto, estudos mostram que essa prática pode representar riscos à saúde devido à combinação do álcool com as condições específicas da cabine da aeronave.
Um estudo1 realizado pelo Instituto de Medicina Aeroespacial do Centro Aeroespacial Alemão investigou os efeitos do consumo moderado de álcool em condições simuladas de voo. O objetivo foi analisar como a combinação do álcool com as condições específicas da cabine da aeronave, como baixa pressão e menor oxigenação, impactam a saúde e o bem-estar, especialmente durante o sono.
Os participantes passaram por duas noites experimentais: em uma, consumiram álcool antes de dormir; na outra, não houve consumo. As sessões foram realizadas tanto em condições simuladas de voo quanto ao nível do mar. Os resultados mostraram que aqueles que consumiram álcool apresentaram maior frequência de hipóxia (níveis reduzidos de oxigênio no sangue) e aumento da frequência cardíaca durante o sono. Além disso, a combinação de álcool e baixa pressão atmosférica intensificou os efeitos negativos já conhecidos, como a redução da qualidade do sono e da saturação de oxigênio.
Como o álcool afeta o organismo durante o voo:
Recomendações:
Esses cuidados são particularmente importantes para indivíduos com condições pré-existentes, como doenças respiratórias ou cardiovasculares.4 Sensibilizar passageiros sobre os riscos associados ao consumo de álcool durante o voo pode ser uma medida eficaz para melhorar a segurança e o conforto das viagens aéreas.
Aplicativos têm potencial de reduzir o impacto do consumo nocivo de álcool na saúde e auxiliar nas formas tradicionais de tratamento, de acordo com estudo.
Pesquisa nacional revela perfil do consumo de álcool no Brasil: metade dos adultos bebe, e quase 1 em cada 5 admite exagerar na dose.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha1, realizada em abril de 2025, revelou que 49% dos brasileiros com 18 anos ou mais costumam consumir bebidas alcoólicas. A maior porcentagem (20%) bebe de uma a duas vezes por semana, enquanto 3% disseram consumir álcool quase diariamente. Outros 13% relataram beber com menor frequência, uma vez por mês ou menos.
Homens (ainda) bebem mais — e com mais frequência
O levantamento apontou que o consumo ainda é mais prevalente entre os homens: 58% deles consomem bebidas alcoólicas, contra 42% das mulheres. Além disso, eles também bebem com mais frequência: 10% dos homens bebem de três a sete dias por semana, índice que cai para 2% entre as mulheres.
Pesquisas mostram, no entanto, que a prevalência de mulheres que bebem vem aumentando ao longo dos anos. Dados do último relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros com base no Vigitel2 mostram que o consumo não abusivo de álcool por mulheres subiu de 16,5% para 22,8% entre 2010 e 2023. Já o padrão abusivo subiu de 10,5% para 15,2% no mesmo período.
Idade, renda e religião influenciam o hábito
O consumo é mais prevalente entre os jovens de 18 a 34 anos, com 58% relatando o hábito. Esse percentual vai diminuindo com a idade: cai para 46% na faixa de 45 a 59 anos, e para 35% entre os maiores de 60.
A renda também tem impacto. Entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos, o consumo chega a 64%, enquanto na faixa de até 2 salários mínimos, apenas 43% relatam consumir bebidas alcoólicas.
A religião aparece como outro fator relevante: 27% dos evangélicos consomem álcool, comparados a 58% dos católicos.
A pesquisa do Ipec3, feita a pedido do CISA em 2023, também mostrou um cenário parecido: os jovens 18-34 anos são os que apresentam menor nível de abstenção (25% apenas não bebem) e maior frequência de consumo uma vez por semana ou a cada 15 dias (23%). Sobre a religião, esta pesquisa também mostrou resultados semelhantes, com 27% dos evangélicos afirmando consumir álcool, contra 50% de católicos.
Jovens menores de idade também bebem
O estudo também investigou o comportamento de adolescentes de 16 e 17 anos, com dados tratados separadamente, e constatou que 27% deles já consomem bebidas alcoólicas. Esse dado é preocupante, pois a ingestão de álcool nessa fase da vida pode ter consequências danosas para o desenvolvimento dos adolescentes.
Quem consome, consome quanto?
Entre os que costumam beber, a média registrada foi de 4,5 doses na semana anterior à pesquisa, considerando cada dose como um copo, lata, taça ou drinque. Vinte e três por cento dos entrevistados afirmaram ter consumido mais de 6 doses no período considerado.
Apesar disso, 81% dos consumidores dizem acreditar que bebem na medida certa, enquanto apenas 18% reconhecem que exageram, sendo que 11% dizem beber mais do que deveriam, e 7%, muito mais.
Queda no consumo: tendência ou percepção?
Quando perguntados sobre o padrão de consumo no último ano, 53% afirmaram que reduziram o consumo de álcool, 35% disseram que ele se manteve estável e apenas 12% relataram aumento.
Em contrapartida, a média de consumo permanece alta: 4,5 doses na semana anterior, o que já pode caracterizar o uso abusivo. Nesse sentido, duas coisas se evidenciam: a primeira, que boa parte da população ainda consome álcool em um padrão nocivo e, a segunda, o descompasso entre a percepção dos consumidores acerca do próprio consumo e as recomendações de saúde pública.
A pesquisa do Ipec3, na mesma direção dos achados do Datafolha, revelou que, entre consumidores abusivos de álcool (que contabilizavam cerca de 17% da população à época da pesquisa), 75% acreditavam ser moderados, dos quais apenas 13% reconhecem que precisam mudar esse hábito.
Esses dados revelam que existe uma parcela importante de pessoas que abusam do álcool e ainda não percebem seu padrão de consumo como problemático, demonstrando a necessidade de políticas públicas que esclareçam sobre o consumo abusivo e seus danos.
Estudo realizado por pesquisadores da UFMG e Unifesp aponta que a maioria dos adolescentes brasileiros têm entre dois ou mais fatores de risco para desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Consumo de álcool está entre eles.