Consumo de álcool entre jovens desperta preocupação entre os profissionais da saúde. O uso de bebidas alcoólicas por jovens é tema que desperta grande preocupação entre profissionais da saúde. Diversos fatores influenciam este comportamento: mudanças físicas, sociais e psicológicas da puberdade, traços de personalidade e fatores hereditários. Além de prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso, o consumo precoce de álcool aumenta a possibilidade de consequências negativas, como queda no rendimento escolar, gravidez precoce e indesejada, violência e acidentes. Quanto mais cedo ocorre o primeiro contato com essa substância, maiores os riscos de problemas. Estudos apontam que a experimentação antes dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de desenvolver dependência (NIAAA, 2017). Apesar dessa informação alarmante, em muitos países americanos e europeus, a maior parte dos jovens faz uso dessa substância antes dos 15 anos. No mundo, 26,5% dos jovens de 15 a 19 anos beberam no último ano, correspondendo a cerca de 155 milhões de pessoas (OMS, 2018). As taxas de consumo atual mais altas nessa faixa etária foram observadas na região Europeia da OMS (43,8%), seguida das Américas (38,2%). O BPE consiste no consumo de grande quantidade de álcool em um curto espaço de tempo, sendo mais comum entre os jovens e associado a riscos como acidentes e violência. Dados de relatórios da OMS indicam um aumento do BPE no Brasil, de 12,7% para 19,4%, de 2010 para 2016, em contraste à diminuição no mundo (de 20,5% para 18,2%, no mesmo período). Globalmente, nota-se uma tendência à queda nos episódios de BPE entre 2000 a 2016 para os jovens como um todo (exceto no Sul e Leste Asiático e Oeste do Pacífico), conforme tabela a seguir. No Brasil, estimativas apontam que 26,8% dos jovens com idades entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool no último ano, semelhante ao índice mundial de 26,5% (OMS, 2018a). Dados da edição mais recente da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, mostraram que a experimentação de bebidas alcóolicas dos escolares entre 13 e 17 anos foi de 63,3%, sendo que 55,9% dos alunos de 13 a 15 anos reportaram experimentação. Entre os que estão na faixa de 16 e 17 anos, o resultado chegou a 76,8%, um pequeno aumento em comparação com o levantamento anterior, realizado em 2015, que indicava 73% para essa faixa etária. A PeNSE ainda mostra que houve uma diferença estatística significativa entre os estudantes das redes pública e privada com relação à experimentação de bebidas alcoólicas pelos alunos de 16 e 17 anos, destacando-se o predomínio entre os alunos da rede privada (79,5%) quando comparados aos da rede pública (76,4%). Em relação ao gênero, dados da PeNSE apresentaram diferenças significativas quanto à experimentação do álcool: as meninas apresentaram um percentual de 66,9%, enquanto entre os meninos esse percentual foi de 59,6%. A PeNSe também apurou a exposição precoce ao álcool e identificou que 34,6% dos escolares de 13 a 17 anos haviam tomado a primeira bebida alcoólica com menos de 14 anos, sendo que para as meninas, esse número aumentou para 36,8%. Além de prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso, o consumo precoce de álcool aumenta a possibilidade de consequências negativas, como queda no rendimento escolar, gravidez precoce e indesejada, violência e acidentes. Quanto mais cedo ocorre o primeiro contato com essa substância, maiores os riscos de problemas. Estudos apontam que a experimentação antes dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de desenvolver dependência (NIAAA, 2017). Apesar dessa informação alarmante, em muitos países americanos e europeus, a maior parte dos jovens faz uso dessa substância antes dos 15 anos. Com relação ao consumo abusivo de álcool, a pesquisa mostrou que 47% dos estudantes de 13 a 17 anos relataram episódio de embriaguez ao menos uma vez na vida e, nos 30 dias anteriores à pesquisa, 9,7% dos escolares de 13 a 17 anos entrevistados disseram ter consumido 4 ou mais doses de bebida alcoólica em um mesmo dia e 6,9% 5 ou mais. Os riscos imediatos e de longo prazo decorrentes do uso de álcool por menores de idade reforçam a necessidade de desenvolver programas efetivos de prevenção e tratamento para esse público. Compreender os fatores sociais, pessoais e ambientais que contribuem para a iniciação e o aumento no uso de bebidas alcoólicas é essencial para que o desenvolvimento desses programas seja feito de forma eficiente e adequada às necessidades do jovem.