Fatores ambientais e relacionados ao estilo de vida impactam negativamente a fertilidade de homens e mulheres. Em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, 186 milhões de pessoas sofrem como essa doença caracterizada pela incapacidade de um casal engravidar após doze meses de relações sexuais sem contracepção.
Estima-se que a infertilidade afete cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva no mundo todo e em quase metade dos casos a infertilidade masculina é a causa única ou um fator determinante para que isso ocorra.
A deterioração da qualidade do sêmen impacta diretamente no potencial reprodutivo de um casal. Estudos avaliaram que, há cerca de quarenta anos, ocorre uma queda significativa na concentração de esperma (113 milhões/ml a 66 milhões/ml) e no volume de sêmen (3,40 ml a 2,75 ml) do homem. Além disso, as pesquisas revelaram mudanças na qualidade do sêmen ao longo do tempo, entre 1976 e 2009, observando-se uma diminuição significativa no total de espermatozoides (443 a 300 milhões), sua mobilidade (64% a 49%) e vitalidade (99% a 80%).
Entre os principais fatores que afetam a fertilidade masculina estão comportamento sedentário, alimentação pouco saudável, obesidade, além de disfunções testiculares, idade, doenças e questões relacionadas ao estilo de vida, como estresse, obesidade, dietas restritivas e consumo de álcool e outras drogas.
O álcool e a infertilidade masculina
Sabe-se também que o hábito de beber pode ter um efeito direto no metabolismo da testosterona e na espermatogênese, produzindo alterações morfológicas nos espermatozoides.
Um estudo com quase 30 mil participantes encontrou uma relação significativa entre o consumo de álcool, o volume de sêmen e a morfologia e mobilidade do esperma. Nesse sentido, observou-se que a ingestão de bebidas alcoólicas pode levar a uma redução do volume de sêmen e da concentração de esperma, além da diminuição nos níveis de testosterona.
Os primeiros relatos sobre o efeito da ingestão de bebidas alcoólicas na esterilidade masculina surgiram há cerca de 30 anos e mostraram que mais de 50% dos bebedores pesados tiveram parada na atividade espermatogênica, ou seja, uma suspensão no processo de formação de novos espermatozoides. Ao comparar homens que bebem diariamente com bebedores ocasionais, pesquisas mostraram que as alterações hormonais foram significativamente piores em pacientes do grupo de bebedores diários.
Além disso, a ingestão crônica e excessiva de álcool também parece ter um efeito prejudicial nos hormônios reprodutivos masculinos e na qualidade do sêmen: pesquisas mostram que pacientes inférteis que consomem álcool diariamente têm uma qualidade de sêmen e características hormonais significativamente piores.
Outro dado importante observado em estudos é que, quando associado ao tabagismo, o consumo de álcool prejudica a integridade do DNA dos espermatozoides, sendo este dano resultado do efeito estresse oxidativo.
Não se sabe exatamente por que o álcool impacta de maneira tão significativa a fertilidade masculina. Alguns pesquisadores observam que bebedores pesados apresentam concentrações bem mais altas de leucócitos no líquido seminal. O que se pode afirmar é que fatores relacionados ao estilo de vida são determinantes para a infertilidade masculina atualmente, por isso evitar esses hábitos e costumes ou suspendê-los completamente pode, certamente, proporcionar melhores resultados a quem está procurando ter um filho com sua parceira.