De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo mundo, 3 milhões de mortes por ano resultam do uso nocivo do álcool. Mas as consequências não param por aí – ele contribui para 5,1% da carga mundial de doenças e lesões. Além disso, transtornos mentais e comportamentais, perdas sociais e econômicas também são alguns dos problemas decorrentes do consumo nocivo dessa substância.
Mas por que, mesmo diante de tantas consequências ruins, as pessoas continuam a beber?
Os motivos são os mais variados possíveis e, em geral, estão relacionados aos efeitos do álcool e ao contexto de socialização. Enquanto algumas pessoas bebem para relaxar ou celebrar, outras o fazem na expectativa equivocada de que isso ajudará a dormir melhor, por exemplo.
Identificar quando o consumo de álcool passou a prejudicar a saúde não é tão fácil. Essa progressão é sutil e decorre não somente da quantidade consumida, mas também da frequência, das circunstâncias desse consumo e das consequências à saúde do indivíduo.
A mudança começa ao reconhecer o problema
Se você ou um familiar tem sofrido com os problemas decorrentes do alcoolismo e deseja saber como parar de beber, lembre-se que a mudança só começará a partir do momento que se reconhece que a substância está causando problemas a você e a quem está ao seu redor.
Há diversas estratégias para apoiá-lo em sua decisão de parar de beber:
- Faça uma retrospectiva e tente identificar quantos problemas o uso abusivo do álcool trouxe a você nos últimos três meses. Considere consequências para sua saúde física, como ressaca, e até mesmo em seu relacionamento social, como discussões com familiares e parceiros.
- Busque apoio de alguém em quem possa confiar, como um amigo, parente ou colega de trabalho para conversar e desabafar sobre suas angústias ou preocupações.
- Reflita sobre as consequências de continuar a beber e os benefícios de parar ou reduzir o consumo de bebida alcoólica.
- Questione-se. Numa escala de 0 a 10, quanto você está preocupado com o seu uso do álcool?
- Faça um mapeamento do seu consumo diário nas últimas semanas: registre o horário, local, com quem você estava, quanto bebeu, o que bebeu, quanto gastou com bebida, motivos que o fazem beber. Ao final, você poderá identificar o que o leva a beber e aos excessos.
Lembre-se de que não há quantidade de consumo absolutamente segura para a saúde. Se você ultrapassa o chamado “consumo moderado” (2 doses por dia para homens, 1 dose por dia para mulheres), recomendamos redobrar os cuidados.
Vale ressaltar: há determinadas situações em que o uso é inaceitável (menores de 18 anos, gestantes, motoristas, quem faz uso de medicamento que interage com a substância ou tem alguma condição de saúde que pode ser agravada pelo álcool).
Agora, se você já mapeou seu consumo e identificou que está bebendo muito ou mais do que gostaria, há formas de reduzir ou parar de beber:
- Se você decidiu parar de beber, não adie. Defina uma data e comece!
- Compartilhe sua intenção de parar. Isso poderá fazer com que seus familiares e amigos se mobilizem para apoiá-lo.
- Afaste-se do que possa lembrá-lo do uso da substância ou desencadear uma vontade de beber, como bares, lojas de bebidas ou o setor de bebidas de um mercado.
- Não se esqueça de que ter hábitos saudáveis também irá ajudá-lo nesse processo: alimente-se e durma bem, pratique atividade física, beba água, tenha um hobby e procure fazer atividades sociais com pessoas que não consumam bebida alcoólica.
O grau de dificuldade para colocar isso em prática depende de vários fatores – desde o quanto você bebe até se já tem algum problema de saúde decorrente desse consumo. O apoio de um especialista ou médico pode tornar o processo mais fácil e eficaz.
Sabemos que reconhecer o problema e mudar hábitos pode parecer assustador e difícil, mas saiba que não é impossível.