Foram remetidas correspondências para 50.000 membros de quatro sindicatos de trabalhadores da Dinamarca entre os anos de 1992 e 1994. Participaram da pesquisa 430 casais que queriam ter filhos, relataram não ter tentado iniciar gravidez anteriormente e que interromperam a utilização de métodos contraceptivos. Estes casais foram acompanhados até a comprovação clínica da gravidez ou por seis ciclos seguidos de menstruação. O consumo de álcool e a presença de outras variáveis de confusão foram avaliados mensalmente através de questionários. Foi coletada urina das mulheres durante os 10 dias subsequentes ao primeiro dia de menstruação em cada ciclo.
Os autores detectaram 186 gestações: 131 resultaram em parto e 55 em aborto espontâneo. O consumo de bebidas alcoólicas mostrou associação com o aborto espontâneo: as mulheres que haviam bebido durante o período da concepção apresentaram 2 a 3 vezes mais riscos para o aborto do que as mulheres que não haviam bebido; os homens que haviam bebido apresentaram 2 a 5 vezes mais riscos do que os que não haviam bebido. Com relação às quantidades consumidas, somente as pessoas que beberam 10 ou mais doses por semana mostraram risco estatisticamente significante maior do que as pessoas que não consumiram bebida alguma.
Os pesquisadores concluíram que o consumo de álcool, tanto por homens quanto por mulheres, durante a semana da concepção, aumentou o risco para a interrupção precoce da gravidez.