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O consumo de álcool e o metabolismo de lipídeos

10 Novembro 2008

O uso abusivo de álcool altera, de forma significativa, o metabolismo de lipídeos, o que causa seu acúmulo no fígado, condição comumente reconhecida como esteatose hepática.

Uma das implicações mais comumente relatadas do consumo abusivo de bebidas alcoólicas é a esteatose hepática, ou seja, acúmulo de gordura no fígado, o principal responsável pelo metabolismo do etanol, além da síntese, oxidação e exportação de lipídios.

O uso de bebidas alcoólicas diminui a expressão do hormônio PPARα (responsável pelo transporte e oxidação de lipídios), reduzindo a quebra e transporte de lipídeos (à circulação sanguínea) e causando seu acúmulo no fígado, estabelecendo um ambiente propício à progressão dessa condição à esteatose hepática. Soma-se a esse, a redução da produção de AMP cíclico, molécula que estimula a quebra de glicose e a oxidação de ácidos graxos (processo de produção de energia). Uma vez reduzida, há uma sinalização para o aumento da síntese de ácidos graxos e diminuição de sua oxidação, aumentando ainda mais seu acúmulo.

Além disso, os bebedores que fazem uso crônico e abusivo de álcool geralmente apresentam níveis deficientes de folato (vitamina B9), o que causa um acúmulo de homocisteína, proteína que funciona como sinalizadora de apoptose, causando morte celular e, em paralelo, aumentando a produção de lipídeos para reparação das membranas das células lesadas, piorando a condição de esteatose.

Em linhas gerais, os autores apontam que o uso abusivo de bebidas alcoólicas pode desregular o metabolismo e a síntese de gordura no fígado, conduzindo-o a déficits de função, como é o caso da esteatose hepática.

Additional Info

  • Autor(es): Margaret Sozio and David W. Crabb
  • Fator de impacto da revista: 4.138
  • D.O.I.: 10.1152/ajpendo.00011.2008
  • Título(s) original(is): Alcohol and Lipid Metabolism
  • Fonte:

    Am J Physiol Endocrinol Metab

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