Beber e jogar são atividades que geralmente estão conectadas, que também apresentam ligações em regiões cerebrais que podem levar a comportamentos de risco e consequências sérias para a saúde mental.
Você sabe o que é blecaute alcoólico ou amnésia alcoólica?
Não lembrar do que fez após beber demais é um alerta do seu corpo!
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Um novo estudo revela que o consumo de álcool no Brasil gera até R$18,8 bilhões em custos anuais, destacando a urgência de políticas preventivas. Clique e saiba mais.
A campanha Dry January ou Janeiro Seco propõe um mês de abstinência após as festas, quando costumamos exagerar um pouco. E, no caso dos brasileiros, antes do Carnaval.
Além da saúde física, já parou para refletir sobre sua relação com o álcool? Em que momentos você bebe?
Você e seus amigos só realizam programas regados a álcool? Você sabe quantas doses bebe em cada ocasião?
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O consumo de bebidas alcoólicas é amplamente praticado em diversas culturas, mas a evidência científica mostra que seu uso nocivo está associado a uma série de riscos à saúde. Uma revisão de evidências analisou os impactos do consumo de álcool em diversas condições de saúde, incluindo mortalidade por todas as causas, doenças cardiovasculares, câncer e efeitos neurocognitivos.
Um estudo recente 1 compilado pela National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine, uma entidade do Governo dos Estados Unidos, revisou sistematicamente as evidências sobre os impactos do álcool na saúde. A metodologia seguiu padrões rigorosos de revisão sistemática, incluindo a busca em bases de dados reconhecidas, seleção de estudos com critérios predefinidos de qualidade e avaliação do risco de viés (qualidade dos estudos) por revisores independentes, seguindo o mais alto padrão em termos de evidência científica. O objetivo foi avaliar a relação entre o consumo moderado de álcool e vários desfechos de saúde, com base em estudos de alta qualidade e revisões sistemáticas.
Um requerimento importante do estudo foi estabelecer um grupo de comparação que não incluísse no mesmo conjunto pessoas que nunca beberam e ex-bebedores, já que isso geraria um "viés de abstinência". Isso pode levar a resultados enganosos, pois as razões para a abstinência podem variar significativamente entre esses dois grupos, incluindo pessoas que nunca beberam por motivos religiosos, e outras que podem ter parado de beber por problemas de saúde. Esse viés poderia trazer uma impressão enganosa sobre a saúde das pessoas que não bebem ser pior do que as que bebem moderadamente. Com a exclusão desse viés dos estudos selecionados, as chances de se ter resultados mais fidedignos sobre os efeitos do uso moderado para a saúde são maiores.
Os resultados destacaram associações importantes entre o consumo de álcool e diversas condições de saúde, incluindo:
Recomendações:
Essas recomendações são particularmente relevantes para indivíduos em situações de risco, como pessoas com doenças cardiovasculares ou histórico familiar de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que nenhuma quantidade de álcool é absolutamente segura. Gestantes e menores de idade, em particular, devem evitar completamente o consumo de álcool devido aos riscos significativos associados a essas condições.
O consumo de bebidas alcoólicas em voos é uma prática comum, especialmente em viagens longas. No entanto, estudos mostram que essa prática pode representar riscos à saúde devido à combinação do álcool com as condições específicas da cabine da aeronave.
Um estudo1 realizado pelo Instituto de Medicina Aeroespacial do Centro Aeroespacial Alemão investigou os efeitos do consumo moderado de álcool em condições simuladas de voo. O objetivo foi analisar como a combinação do álcool com as condições específicas da cabine da aeronave, como baixa pressão e menor oxigenação, impactam a saúde e o bem-estar, especialmente durante o sono.
Os participantes passaram por duas noites experimentais: em uma, consumiram álcool antes de dormir; na outra, não houve consumo. As sessões foram realizadas tanto em condições simuladas de voo quanto ao nível do mar. Os resultados mostraram que aqueles que consumiram álcool apresentaram maior frequência de hipóxia (níveis reduzidos de oxigênio no sangue) e aumento da frequência cardíaca durante o sono. Além disso, a combinação de álcool e baixa pressão atmosférica intensificou os efeitos negativos já conhecidos, como a redução da qualidade do sono e da saturação de oxigênio.
Como o álcool afeta o organismo durante o voo:
Recomendações:
Esses cuidados são particularmente importantes para indivíduos com condições pré-existentes, como doenças respiratórias ou cardiovasculares.4 Sensibilizar passageiros sobre os riscos associados ao consumo de álcool durante o voo pode ser uma medida eficaz para melhorar a segurança e o conforto das viagens aéreas.
A dependência de álcool é uma doença e o termo "alcoólatra" carrega um tom pejorativo e é atrelado ao estigma social, o que, muitas vezes pode dificultar no reconhecimento do problema e na busca por ajuda.
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O uso nocivo de álcool é um fator de risco conhecido para diversas formas de comportamento impulsivo e violento, incluindo suicídio. Um estudo observacional conduzido no Brasil analisou a relação entre níveis de álcool no sangue e casos de suicídio em municípios da região metropolitana de São Paulo, revelando associações entre o consumo de álcool e mortes por suicídio.
Um estudo recente1 com dados do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo (IML-SP) e publicado na revista Forensic Science, Medicine and Pathology investigou a relação entre o consumo de álcool e suicídios em quatro municípios da Grande São Paulo: Franco da Rocha, Caieiras, Mairiporã e Francisco Morato. A pesquisa analisou dados de 805 necropsias realizadas entre 2001 e 2017, das quais 41 casos foram identificados como suicídio. O objetivo foi avaliar a presença de álcool no sangue dos indivíduos e sua possível influência no ato suicida.
Os resultados mostraram que 92,68% das vítimas de suicídio apresentaram concentrações elevadas de álcool no sangue (acima de 0,3 mg/dl), com médias particularmente altas em casos de enforcamento (2,3 mg/ml). Além disso, os dados indicaram que a maioria das vítimas era do sexo masculino (85,36%), predominantemente jovens adultos entre 18 e 23 anos. Entre as mulheres, a faixa etária mais afetada foi de 12 a 23 anos, destacando um padrão preocupante de vulnerabilidade entre adolescentes.
Os pesquisadores também observaram que o uso de métodos mais letais, como armas de fogo e objetos cortantes, estava associado a níveis mais elevados de álcool no sangue. Esses achados reforçam a hipótese de que o consumo nocivo de álcool pode aumentar a impulsividade e reduzir as inibições contra comportamentos autodestrutivos.
Com base nos achados, algumas recomendações são importantes:
Essas recomendações são particularmente relevantes para regiões com alta desigualdade socioeconômica, onde o consumo de álcool e os índices de suicídio tendem a ser mais elevados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que a prevenção do uso nocivo de álcool é um fator importante que pode contribuir significativamente para a redução das taxas de suicídio.