Recentemente, diversas mídias divulgaram um estudo mostrando os principais fatores de risco para o desenvolvimento de demência, sendo o consumo nocivo de álcool, a poluição do ar e o diabetes os três principais. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, e publicado na revista Nature Communications, apresenta uma metodologia sofisticada de análise de um banco de dados do Reino Unido, o UK Biobank, já utilizado em outros estudos divulgados pelo CISA.
O estudo, publicado em março de 2024, analisou o efeito de fatores de risco em um conjunto de regiões do cérebro com maior vulnerabilidade ao processo de envelhecimento e demência. Ao todo, foram investigados 15 fatores de risco para demência, como diabetes, pressão sanguínea, nível de colesterol, peso, tabagismo, poluição do ar, socialização e consumo de álcool. Para realizar esta investigação, foi feita uma análise do genoma de cerca de 40 mil pessoas, através do UK Biobank.
Buscando identificar os fatores de risco associados com a degeneração de uma rede cerebral (do inglês “brain network”) conhecida como LIFO, os autores primeiro investigaram a redução natural da matéria cinzenta (região que contém neurônios) apresentada pelos 40 mil dados do biobanco. Esta rede LIFO está associada a funções cognitivas importantes, como atenção, memória de trabalho e outras funções cognitivas. Depois disso, juntamente com análises genéticas, os pesquisadores compararam os resultados da degeneração da rede LIFO com dados dos participantes acerca dos fatores de risco modificáveis mencionados acima, importantes para o desenvolvimento da demência.
Os autores apontam que este estudo revela os fatores de risco tanto genéticos quanto modificáveis associados com uma das regiões mais frágeis do cérebro para o envelhecimento e desenvolvimento de demência. Os autores concluem que as descobertas encontradas pavimentam um caminho para novas pesquisas acerca do envelhecimento.