As chamadas drogas Z são uma classe de medicamentos amplamente utilizada no tratamento a curto prazo da insônia e de outros distúrbios do sono.1 Esse termo engloba fármacos como o zolpidem, zopiclona e eszopiclona, que foram desenvolvidos como alternativas aos benzodiazepínicos, que oferecem o efeito sedativo-hipnótico com menores riscos de dependência e efeitos colaterais. São chamados de drogas Z por conta da letra inicial de seus nomes principais, facilitando a referência à classe de hipnóticos não-benzodiazepínicos voltados para o sono.
O mecanismo de ação das drogas Z envolve a estimulação seletiva dos receptores GABA-A no cérebro, promovendo um efeito calmante e hipnótico. Esse efeito se dá pela amplificação da atividade do neurotransmissor GABA, que inibe a excitabilidade dos neurônios e induz o sono.2 Embora eficazes, essas substâncias possuem riscos, especialmente quando combinadas com outras que deprimem o sistema nervoso central, como o álcool.
O uso concomitante de álcool e medicamentos Z, como o zolpidem, apresenta riscos significativos para a saúde. Segundo a FDA, o uso combinado pode resultar em sedação excessiva, dificuldade de coordenação e, em casos extremos, em comportamentos complexos durante o sono, como caminhar, dirigir ou realizar outras atividades enquanto inconsciente. Além disso, há um risco elevado de depressão respiratória e outros efeitos graves, uma vez que o álcool potencializa os efeitos sedativos das drogas Z.3
Atividades que exijam atenção plena, como dirigir, devem ser evitadas após o consumo desses medicamentos, e o uso conjunto com álcool deve ser evitado para reduzir os riscos de efeitos adversos severos, como sonambulismo e amnésia. Pessoas com histórico de abuso de substâncias devem ser avaliadas com cautela antes da prescrição dessas drogas.3 Para minimizar os riscos, a ANVISA alterou recentemente o tipo de prescrição do zolpidem e outros medicamentos Z, tornando-o mais rigoroso devido ao risco de dependência e abuso associado a essas substâncias.4 Assim, é essencial que o uso desses medicamentos seja rigorosamente controlado, com restrição ao curto prazo e supervisão médica constante, além da orientação sobre os riscos do uso concomitante com o álcool.