Por muitos anos, a literatura médica sugeriu uma possível associação entre o consumo de álcool com a tuberculose em humanos. Alguns trabalhos inclusive, citam que o risco para a infecção em pessoas que consomem álcool é duas vezes maior do que em pessoas abstêmias.
O consumo regular de álcool e o estilo de vida demonstraram estar associados à contaminação pela doença. Sabe-se ainda que o nível sócio econômico, outras doenças imunodepressoras e o abandono do tratamento são algumas das principais causas de contaminação. Se por exemplo, uma pessoa contaminada frequentar o bar da vizinhança, ela pode contaminar cerca de 41% das pessoas que frequentam esse mesmo lugar.
Uma pesquisa realizada por profissionais da Louisiana State University Health Sciences Center teve como objetivo avaliar as consequências do consumo de álcool em animais já infectados pelo M.tuberculosis. Os animais, depois de contaminados pela micobactéria, receberam álcool endovenoso. Seus pulmões foram avaliados e, em seguida, foram feitas as dosagens de linfócitos T CD4 e CD8 (que são os responsáveis pela defesa pulmonar).
Os resultados demonstraram que houve decréscimo de células de defesa e formação de granulomas pulmonares que por sua vez impedem a formação e o crescimento dessas células, comprometendo não só a atividade pulmonar como a defesa do órgão.
Tais achados comprovaram que o consumo de álcool diminui a imunidade dos pulmões, facilitando sua contaminação por microrganismos oportunistas. Além disto, o consumo de álcool pode estar associado a um estilo de vida que pode potencializar a capacidade de contaminação pela micobactéria.