* conteúdo especial, via parceria Éduc’alcool e CISA
Desde o início da pandemia, a Éduc’alcool tem lembrado regularmente os moradores de Quebec (Canadá) que beber de maneira pesada pode enfraquecer o sistema imune, particularmente quando ele está lutando contra doenças respiratórias1 , como pneumonia, tuberculose ou COVID-19. O CISA também tem chamado a atenção dos brasileiros para prevenir o uso nocivo de álcool durante a pandemia.
Nós incentivamos ainda qualquer pessoa com COVID-19 a não ingerir álcool até que esteja completamente recuperado, para que seu sistema imune possa trabalhar em plena capacidade enquanto luta contra o vírus.
No decorrer da campanha de vacinação contra a COVID-19, muitas questões estão sendo levantadas sobre o impacto do álcool na efetividade da vacina. Aqui, então, está uma revisão das potenciais relações entre álcool e vacinas.
Álcool e estudos clínicos
Alguns estudos clínicos recrutam participantes utilizando critérios bastante estritos, tais como o requerimento de nenhum problema de saúde prévio ou histórico de consumo pesado de álcool. A vacina desenvolvida pela AstraZeneca é um exemplo de pesquisa com esses critérios2. Nesses casos, pode ser difícil generalizar os resultados desses estudos para uma população mais ampla que obviamente inclui bebedores pesados.
Contudo, a Pfizer e a Moderna3,4, empresas cujas vacinas estão atualmente aprovadas para uso no Canadá e, respectivamente, aprovada e aguardando pedido de autorização no Brasil, incluíram pessoas que consumiam álcool em todas as fases de suas pesquisas clínicas. Isso significa que os resultados encorajadores dessas vacinas se aplicam para toda a população adulta, incluindo os bebedores.
O consumo de álcool interfere na eficácia da vacina contra Covid-19?
A Fiocruz, responsável pela vacina AstraZeneca no Brasil, afirmou que, atualmente, não há evidências de que o consumo de álcool interfira na eficácia das vacinas contra COVID-19. Além disso, mencionou que a vacinação é considerada uma importante oportunidade para incentivar comportamentos positivos em relação à saúde da população5.
Vacina benéfica mesmo em bebedores pesados de álcool
Mesmo que não existam estudos específicos examinando o impacto do consumo de álcool na efetividade das vacinas contra COVID-19, pesquisas mostram que a resposta do sistema imune para outras vacinas é claramente menor em bebedores pesados, particularmente entre aqueles que possuem uma doença hepática6.
Então, sem a vacina, bebedores pesados estão em maior risco de contrair COVID-19 e sofrer sintomas mais graves. Além disso, a vacina contra COVID-19 poderia ser menos efetiva nesse grupo de bebedores.
Mesmo assim, as vacinas atualmente sendo administradas no Canadá e no Brasil podem prover proteção adicional que poderia neutralizar as vulnerabilidades causadas pelo álcool em bebedores pesados. Vacinar-se contra a COVID-19 é, portanto, benéfico para todos, mesmo para quem bebe pesado.
Cuidado com o beber pesado
Dado que o consumo pesado pode limitar os benefícios da vacina, pessoas que bebem em excesso devem buscar ajuda visando parar de beber, ou ao menos reduzir seu consumo de álcool, enquanto o processo de imunização da vacina está ocorrendo.
É impossível dizer exatamente quantos dias antes da vacinação uma pessoa deve parar de beber, mas, certamente, quanto antes melhor.
A partir do momento em que a segunda dose da vacina for administrada e o processo de imunização estiver completo (no mínimo duas semanas após a segunda dose), o consumo de álcool pode ser reavaliado – e, quem sabe, talvez os hábitos de consumo moderado recém aprendidos possam ser incorporados e virar o “novo normal”.
Desse modo, mesmo quando se trata de álcool e vacina contra COVID-19, a moderação é sempre uma boa escolha.
Saiba mais sobre a parceria em CISA e Éduc’alcool, juntos na prevenção do uso abusivo de álcool
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