Conheça mais sobre a ressaca: sua definição, fatores que a influenciam e prejuízos associados.
Fique alerta! Beber até chegar ao quadro de coma alcoólico significa uma grande ameaça a sua vida. Saiba mais!
Um novo estudo analisa a relação entre inteligência na adolescência, medida através de testes de QI, e o consumo de álcool na vida adulta. Pessoas com QI maior apresentaram maiores chances de consumir álcool, mas relataram menos episódios de uso abusivo.
De forma geral, o etanol é conhecido por sua capacidade de matar bactérias e vírus, mas sua eficácia depende da concentração e do tempo de exposição. O etanol em concentrações entre 60% e 85% é eficaz na eliminação de uma ampla gama de micro-organismos, mas essa eficácia é limitada ao uso externo, como em desinfetantes para as mãos e superfícies.1
Recentemente, um vídeo nas redes sociais viralizou mostrando uma mulher tomando um shot de álcool para “prevenir” uma possível intoxicação alimentar, baseada na ideia de que o álcool é um desinfetante. Embora seja verdade que o álcool pode matar bactérias e é usado para esterilizar superfícies, a eficácia dessa ação se limita ao uso externo, como na pele e em superfícies expostas.1 No caso do consumo de alimentos contaminados, o álcool ingerido não funciona da mesma maneira no interior do corpo, pois os patógenos já podem ter atravessado as barreiras naturais do sistema digestivo antes que o álcool possa inativá-los. Além disso, os efeitos do álcool dentro do organismo são muito mais complexos e podem, inclusive, comprometer o sistema imunológico em grandes quantidades, dificultando a recuperação.2
Alguns estudos pequenos sugerem que o álcool pode, em certas circunstâncias, proteger contra intoxicações alimentares, especialmente quando ingerido junto com alimentos contaminados. Um estudo realizado durante um surto de Salmonella na Espanha, por exemplo, indicou que aqueles que consumiram bebidas alcoólicas tiveram uma menor probabilidade de desenvolver sintomas de intoxicação alimentar em comparação com aqueles que não consumiram álcool.3 Outro estudo, realizado na Flórida em 1992, focou em um surto de hepatite A transmitida por ostras. Os pesquisadores descobriram que os participantes que consumiram bebidas alcoólicas com alto teor alcoólico (mais de 10%) tinham uma probabilidade significativamente menor de adoecer.4
Apesar dos resultados, esses estudos têm limitações importantes. A maioria das pesquisas que apoiam a ideia de que o álcool poderia reduzir o risco de intoxicação alimentar são observacionais e de pequena escala, o que significa que não podemos ter certeza de que o álcool foi o fator responsável pela proteção.
Fato é que o consumo excessivo pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Estudos mostram que o uso crônico e excessivo de álcool reduz a eficácia das respostas imunológicas, diminuindo a capacidade do corpo de combater infecções bacterianas e virais.2,5 Além disso, o álcool pode causar desidratação, o que pode agravar os sintomas de intoxicação alimentar.
Embora existam algumas evidências de que o álcool pode oferecer proteção contra intoxicações alimentares em certas circunstâncias, confiar no álcool como uma medida preventiva não é recomendado. É muito mais eficaz adotar práticas seguras de manuseio de alimentos, como evitar a contaminação cruzada, cozinhar os alimentos a temperaturas adequadas, armazená-los de forma correta e não deixar alimentos perecíveis em temperatura ambiente por longos períodos. Quando for comer fora, ao escolher o estabelecimento, observe a limpeza do local, confira sua reputação e verifique se o estabelecimento possui licença sanitária e se as informações sobre os alimentos estão disponíveis. Essas estratégias são especialmente importantes para grupos vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.