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O consumo de álcool e outras substâncias psicoativas tem um impacto significativo  na saúde mental de adolescentes, especialmente no contexto de hospitalizações devido a transtornos mentais e comportamentais de início precoce.

O uso precoce de álcool e outras substâncias  é de grande importância para a saúde pública, pois  está associado a uma série de problemas, incluindo déficits cognitivos e envolvimento em atividades de risco. Estudos indicam que os jovens que experimentam essas substâncias mais cedo tendem a enfrentar desafios de saúde mental mais graves ao longo da vida.1,2

O uso de substâncias psicoativas entre adolescentes no Brasil representa um problema de saúde pública significativo, sendo um dos principais motivos de internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais. Estudo3 que analisou a tendência das taxas de internação entre adolescentes no período de 2017 e 2022 aponta que o Sistema Único de Saúde registrou 29.991 internações de adolescentes por essas causas, evidenciando um alto impacto tanto para os jovens quanto para o sistema de saúde. A maioria das hospitalizações ocorreu em caráter de urgência, sendo a intoxicação aguda a apresentação clínica mais frequente do abuso de substâncias entre adolescentes. A pesquisa demonstrou também uma redução de 16,2 para 13,7 internações por 100 mil habitantes no período estudado.3 Segundo os autores, esta redução pode ser atribuída principalmente à restrição do acesso aos serviços de saúde e a implementação de políticas de distanciamento social durante a pandemia da Covid-19. 

Fatores socioeconômicos e ambientais desempenham um papel fundamental na vulnerabilidade dos adolescentes ao uso de substâncias, incluindo baixa renda, violência e exposição a ambientes familiares disfuncionais. Esses fatores aumentam a predisposição ao desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais, especialmente quando combinados com o uso precoce de álcool e drogas. A análise apontou que as internações foram predominantemente masculinas (72,1%) e mais frequentes entre jovens de 15 a 19 anos, com ambas as taxas apresentando tendência decrescente ao longo do período estudado.3 As taxas de internação mais elevadas ocorreram na região Sul, variando de 58,4/100 mil hab. para 45,6/100 mil hab. no período estudado. As regiões Sul e Centro-Oeste, no entanto, apresentaram tendências decrescentes das taxas de internação, enquanto as demais regiões mantiveram-se estáveis. Os autores destacam a importância de fatores culturais para explicar essas desigualdades regionais; citam um estudo sobre o comportamento de adolescentes em relação ao consumo de álcool, o qual aponta que no Norte há mais relatos de medo e insegurança da dependência química, enquanto no Sul é comum considerar o álcool menos prejudicial à saúde.5 Esses dados são essenciais para o desenvolvimento de intervenções adaptadas às diferentes realidades regionais.

Por fim, é crucial que os profissionais de saúde e familiares estejam atentos aos sinais de uso de substâncias entre adolescentes, promovendo ações educativas e de conscientização. Programas que visam fortalecer o apoio social e familiar são fundamentais para prevenir o desenvolvimento de transtornos relacionados ao uso de substâncias e melhorar a qualidade de vida dos jovens brasileiros.4




 

 

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