A ressaca, além de ser uma experiência ruim, apresenta muitas complexidades, como já comentamos em outros textos publicados pelo CISA. Um exemplo disso é que, apesar de sempre ter existido, apenas recentemente foi criado um remédio que supostamente diminuiria os efeitos da ressaca, a “pílula antirressaca”. Os efeitos da ressaca costumam variar de pessoa para pessoa, mas costumam estar presentes a náusea, fadiga, dores de cabeça e sensibilidade a sons e luz1. Algumas pessoas, no entanto, relatam sintomas menos comuns, como a febre. Seria possível ter febre durante a ressaca?
De forma resumida, a febre é a elevação da temperatura corporal acima de 37,8 0C, causada pela atividade metabólica devido a anormalidades do organismo. Ou seja, a febre é uma resposta do corpo quando há inflamação e para manifestar a presença dessa condição a temperatura corporal sobe. E, normalmente, a presença da febre vem junto com outros sintomas, como dores no corpo, de cabeça e mal-estar.
A febre não está tipicamente associada à ressaca, mas o consumo de álcool causa diversos processos em nosso corpo que podem favorecer o surgimento do estado febril e da febre; entre eles2, estão:
- Formação tóxica de acetaldeído
- Distúrbio nos processos reparadores do sono
- Aumento da chance de infecções
- Desidratação
- Desbalanço de eletrólitos
Somado a estes efeitos do álcool em nosso corpo que podem ocasionar a febre, existem outros, de ordem psicológica, como, por exemplo, o fato de que o consumo de álcool pode prejudicar a percepção de frio, colocando o corpo em estado de hipotermia, o que também favorece a febre3.
Outra conexão entre o álcool e a febre é a que ocorre em pessoas que fazem uso crônico e intenso de álcool e param de beber, apresentando sintomas de abstinência. Nas primeiras 48 horas de abstinência, é comum o aparecimento de febre4.
Para entender mais sobre a ressaca, fique atento à nossa série sobre Álcool e Ressaca!