A infertilidade é definida tecnicamente como a incapacidade de engravidar após doze meses de relações sexuais regulares e sem métodos contraceptivos2. Ou seja, se um casal tenta engravidar por um ano sem contracepção e não consegue, é possível que eles se encaixem nesta definição. Em 20% dos casos, a infertilidade tem causa desconhecida e pode estar relacionada a fatores masculinos, femininos ou uma combinação de ambos3. Os tratamentos disponíveis são de alto custo financeiro e psicossociais, por isso é importante considerar fatores de estilo de vida para aumentar as taxas de sucesso.
O mecanismo que o consumo de álcool afeta a fertilidade ainda não é totalmente determinado. Entre as mulheres, há evidências sugerindo que o consumo excessivo e o consumo crônico estejam relacionados à redução da fertilidade e a um risco maior de desenvolver distúrbios menstruais. Uma hipótese sugere que há alteração das concentrações de hormônios endógenos (isto é, produzidos pelo próprio organismo), trazendo um impacto direto na maturação do óvulo, ovulação, e desenvolvimento embrionário4.
No caso dos homens, o consumo excessivo de álcool pode afetar o metabolismo da testosterona e na espermatogênese (processo o qual os espermatozoides são produzidos), alterando a morfologia dos espermatozoides. Alguns autores relataram que o consumo de álcool excessivo está associado a maior concentração de leucócitos no líquido seminal, que pode afetar negativamente a qualidade do esperma5. Portanto, casais que desejam engravidar devem refletir sobre o consumo de álcool de ambos para uma concepção saudável. Evitar o consumo prejudicial de álcool certamente proporciona melhores resultados para quem está tentando ter um filho. Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e manutenção de um peso saudável, também pode contribuir para aumentar as chances de sucesso na concepção.